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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
O PRÓXIMO
Em O próximo a ficção é novamente empregada, aproximando-se da realidade fantástica, e a proposta à italiana é retomada. Outro diferencial em relação aos espetáculos anteriores da trilogia, é que neste não são apenas dois personagens e sim quatro. Um vírus está colocando a humanidade em risco, rubrus morbidus, este vírus após detectada sua presença no corpo humano leva à morte em no máximo quarenta dias. A única forma de detectar sua presença é através de um sintoma, a pupila dos olhos fica vermelha. Após o enrubrecimento da pupila as pessoas morrem em até quarenta dias. O contágio é dado pelo toque. Para evita a contaminação de toda a humanidade a ONU instituiu uma força tarefa que procura pessoas infectadas ao redor do planeta. Quando um infectado é identificado, imediatamente ele é preso e é levado para uma ilha, ilha de Creatória, no Mar de Azov, na Rússia, lá as pessoas são colocadas em quarentena e esperam a morte. Milhares de pessoas já estão na ilha. A doença não manifesta nenhum outro tipo de sintoma as pessoas simplesmente vão morrendo, e o prazo máximo de vida são quarenta dias. O espetáculo tem inicio quando quatro personagens chegam à ilha, à sala de quarentena. Um dentista, um advogado, um mecânico e uma mulher. Lá eles não tem nenhum contato com o mundo exterior, apenas um pequeno radinho à pilha informa como estão a coisas no mundo exterior à ilha. Depois de mortas as pessoas são transformadas em adubo para fertilizar as lavouras russas.
CLAUSURA
Em Clausura a morte é o leitmotiv o espetáculo resultou de uma simples pergunta que a Cia tentou responder. como agiriam duas pessoas na eminência da morte? Dois homens. A partir daí o processo foi se desenvolvendo. Neste espetáculo a Ficção é explorada com mais intensidade o mundo real transversaliza a narrativa com dados e informações. Em Clausura a estética também é experimentada, diferentemente de, Nós Três, que utiliza uma relação palco platéia à italiana em Clausura é utilizada uma arena, mais do que isso o, público é convidado a entrar em uma cela onde estão dois prisioneiros condenados à morte, esperando a execução na cadeira elétrica. Clausura é a história de dois prisioneiros, que foram condenados à morte na cadeira elétrica por assassinato. Um deles é um serial killer, foi condenado pelo assassinato de dezenas de adolescentes. O outro matou toda a família, a exemplo de Pierre Reviérre, narrado por Michel Foucault. Porém primeiro manifesta traços esquizofrênicos e traumas de infância com relação à sua mãe. O segundo julga-se inocente, fervoroso leitor da bíblia, atribui as mortes na sua família ao cumprimento de uma ordem direta de Deus. Os personagens travam um verdadeiro embate entre suas verdades. Os dois encontraram-se na ante sala da cadeira elétrica no dia da execução, neste dia, a cadeira elétrica quebrou e deste então, a um tempo incontável, estão esperando o concerto do equipamento.
NÓS TRÊS
Em Nós Três A Cia Muiraquitã dá prosseguimento à sua linha de pesquisa acerca do espaço cênico, do trabalho do ator e do texto espetacular. Neste trabalho o processo de construção do espetáculo foge aos modelos convencionais de montagem. Aqui o processo de escritura e de montagem são levados concomitantemente. O tratamento do texto espetacular possui variantes, em ralação ao tratamento dado aos textos dos espetáculos anteriormente levados à cena pelo grupo. A comédia não configura-se como elemento central, apesar de os personagens serem cômicos, esta dualidade é presente em todo o transcorrer do espetáculo: mortos e vivos, Trágico e cômico, ator e personagem revelando a ebulição que vivem estes dois palhaços. Este trabalho, gestado deste a fase dramatúrgica, foi orientado por um processo de criação coletiva, a partir de matrizes sugeridas pela direção do espetáculo. O desejo de levar à cena experiências extra palco da Cia, aliado à linha ficcional de criação dramatúrgica do diretor, Clodoaldo Calai, e a não conformidade do ator e dramaturgo, Jonas Martins, resultaram em uma obra que entrelaça a ficção e a realidade vivida, diluindo suas fronteiras. Levar o público a passear por este universo sem identificar suas fronteiras é o objetivo da Cia Muiraquitã com este espetáculo e, para isso, o imponderável é elemento fundamental o imponderável que, não raras vezes, dá origem à vida, outras tantas vezes da origem à morte. O imponderável sobre o qual não há projeto ou determinação viva que preveja ou defina.
A TRILOGIA DO DESESPERO
A trilogia do desespero nasceu do exercício dramatúrgico da Cia Muiraquitã em seus mais de vinte anos de experiência de construção de textos dramáticos que são apresentados aos mais variados tipos de públicos. A experiência em trabalhar com estudantes, empresários, operários, professores, publico acadêmico e em igual número de espaços diferentes, instrumentalizou a Cia para a escritura de textos espetáculares ágeis situacionais e, quase todos, cômicos beirando o clownesco. Este capital, dos quais os maiores acionistas são Clodoaldo Calai, Unar Andreola e Jonas Martins. Aliado ao capital acumulado por Clodoaldo em suas pesquisas à frente do GTEU Grupo de Teatro Expressão Universitária GTEU , onde Clodoaldo desenvolvia investigação acerca do trabalho do ator e da dramaturgia da fragmentação resultaram no desejo de unir estas duas experiências e construir um trabalho sólido produzido pela Cia Muiraquitã. Fazem parte do projeto Clodoaldo Calai Dramaturgia, atuação e direção geral, Jonas Martins Dramaturgia e atuação e Unar Andreola Técnica e produção. A trilogia do Desespero Engloba a Construção Dramatúrgica e Espetacular de três obras: Nós três, Clausura e O Próximo. A matriz geradora das obras são situações limites à existência humana, nestas situações estão envolvidos seres em desespero. A dramaturgia se caracteriza por utilizar recursos da realidade fantástica, elementos vivencias e ficcionais, rompendo qualquer limite que pode haver entre realidade e fantasia. O público é levado por um imbricado sistema de informações a diluir o senso de realidade para tanto são utilizadas experiências pessoais e coletivas da Cia Muiraquitã ficção e dados do mundo concreto. Internamente a Cia batizou estas obras de “Ficção autobiográfica coletiva”.
Fazem parte do projeto não apenas a construção dramatúrgica das obras mas a construção espetacular e a publicação do material resultante deste trabalho. No ano de 2009 foram construídos dois dos espetáculos propostos Nós três, estreou em fevereiro de 2009 e Clausura, estreou em setembro de 2009 o última parte da trilogia, O Próxima, tem estréia Prevista para fevereiro de 2010.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Contar histórias é inerente ao ser humano, histórias que encantam e que transportam para outra dimensão quem as houve, especialmente, se contadas por nossos pais e avós. Assim é a contação de histórias, um resgate do encantaamento provocado pela arte imemorial de narrar. Através desta arte introduzimos a criança no universo da fantasia , acreditamos assim, transformar a história em elemento fundamenal para o incetivo à leitura e formação do ser humano.
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