Espetáculo "A máquina Fermat"

Apresentação

A Cia  de Arte e Espetáculos Muiraquitã, iniciou sua trajetória teatral  no ano de 1997 com a montagem do espetáculo, “Filhos da Noite”. Inicialmente os espetáculos levados à cena  destinavam-se, exclusivamente,  aos públicos infantil e infanto juvenil, as apresentações, via de regra, eram realizadas em ambientes escolares.  A  partir do ano de 2000 o grupo optou por uma linha de pesquisa abordando o ator cômico e sua relação com o espaço cênico e o espectador. Desde então o grupo trabalhou com os espetáculos: “Mãe Gaia”, “Um caldeirão de histórias”, Era Uma Vez Um Pequeno Príncipe”, “A Incrível Vida de Zardan”, “Guia Prático da Conquista” e “Breviário Amoroso”.Os espetáculos foram apresentados nos três estados do Sul do País, nos mais diversos lugares escolas, clubes, ginásios e espaços abertos sempre obtendo expressivo sucesso de público. No ano de 2009, após dez à frente do GTEU - Grupo de Teatro Expressão Universitária da UNOCHAPECó  Universidade Comunitária Regional  de Chapecó,  o diretor Clodoaldo Calai resolve levar a linha de pesquisa que até então desenvolvera no GTEU para a Cia Muiraquitã.  Deste novo desafio resultou o projeto Trilogia do desespero, desenvolvido por Clodoaldo e o ator Jonas Martins. O referido projeto resultou na  construção dramatúrgica e espetacular de três espetáculos que tratem de situações e temáticas limites à sobrevivência humana, acentuadas por uma ótica masculina.  A  Trilogia do Desespero, composta pelos espetáculos “Nós Três”,  “Clausura” e “O Próximo”  foi levada ao palco nas últimas edições do Festival de Teatro de Chapecó. Dos espetáculos formadores da trilogia, “Nós TrÊs”,  destaca-se por ter participado de vários festivais, entre eles o 16 Festival Catarinense de  Teatro na cidade de Rio do Sul, em 2011,  Festival de Teatro de Itapiranga-SC  2011 e Mostra de Teatro de Santo Antonio do Sudoeste - PR em 2010. No ano de 2012 o referido espetáculo foi convidado para participar da 2a Maratona Cultural de Florianópolis.  Em 2012 a Cia Muiraquitã além de continuar com a manutenção de seus projetos, construiu o espetáculo “A Máquina Fermat”, espetáculo este que teve sua estréia neste mesmo ano  no Festival de Teatro de Chapecó e também, entre mais de 140 inscritos,  foi classificado para o 17 Festival Catarinense de Teatro na Cidade de Concórdia.


A Máquina Fermat
A Máquina Fermat constitui-se em um texto espetacular escrito por Clodoaldo Calai. Construído para um único ator,  traz a figura de, Jhon Stuart, um coletor de impostos que está confinado na prisão de Newgate Death Row Education Society, na cidade   Londres, no ano de 1760. Jhon é   um herói negativo, ensimesmado com seus conflitos interiores e  penúrias físicas.   Encarcerado o personagem trava uma batalha  que se situa entre o real e o fantástico. A batalha de Jhon é travada em várias frentes  com seus algozes, com sua culpa pelos crimes que cometeu, com sua obsessão pela matemática e por  Pierre de Fermat, a quem atribui toda a sua má sorte e o destino cruel a que está sendo submetido. Ao mesmo tempo, jhon, sonha em retornar a sua casa e a sua família, onde poderá retomar sua história de amor com a  jovem e bela, Margaret, sua esposa.  Jhon se ocupa com descrições frias dos acontecimentos, imobilizado, inerte, sem fé alguma num futuro que depende de seus próprios esforços físicos para que exista. A montagem da Cia de Arte e Espetáculos Muiraquitã,  pretende revelar um herói solitário, mesmo que rodeado  por seus devaneios em uma realidade particular que dilui as fronteiras entre o racional e o fantástico.

O Espetáculo
A pesquisa de linguagem que a Cia de Arte e Espetáculos  Muiraquitã vem encampando manifesta-se materialmente e sensorialmente em seus espetáculos. É factível  ao dar ênfase especial ao trabalho de ator , bem como na busca de uma precisão ( que não sabemos ao certo onde está, ou mesmo se existe).  Em   A Máquina Fermat  a direção busca  uma harmonia entre  traços épicos e acentuações dramáticas , fisicalização das emoções atrelada à técnica de contato e improvisação; descolamento estrutural de fala, intenção e movimento; decomposição do cenário, focando texto e personagens.  Nesse sentido, a montagem de “A Máquina Fermat” trilha o caminho da representação e  da não interpretação. Isto se faz notório na opção por uma linha de fala e corpo cotidianos . Esta linha de trabalho  concomitante a um texto  que trabalha com elementos  fantásticos resulta em uma estética que  a serviço,  como nos diz Marcel Mauss, do,  “conclave mágico”,  revela um universo mítico na relação do herói  com seu tempo e seu mundo particular;  e místico na medida em que sugere designações divinas para a sorte e o desenlace da trama. Desafiando-se, a Muiraquitã oferece riscos a si e ao público.  A dramaturgia e a direção de Clodoaldo Calai, que trabalha com um tempo diastólico  (silêncios, olhares, aparentes inações) aliada ao preciso trabalho de ator de Jonas Martins é algo que confronta o tempo frívolo e incessante de nossos dias.  O espetáculo propõe  um olhar,  uma vida  que aparenta ser de dificultosa percepção/recepção pelo cerceamento que o sistema social moderno e a ideia de civilidade tem direcionado às experiências estéticas, aquelas que nos despertam através dos sentidos e das pulsões.   Jogando com as não convenções  e provocando o espectador a encenação convida ainda o público a ver o personagem que se esconde  atrás do personagem, nesta tarefa os cenários, figurinos e elementos de  cena, construídos por Marcos Schuh contribuem sobre maneira.  Da mesma forma o cenário acústico desenhado pelo músico Fernando Bresolim conduzem o público nesta viagem que  se desenvolve nas frestas descobertas entre o real e o fantástico, entre o épico e o dramático, o silêncio e o não silêncio.

Equipe Muiraquitã

Ficha Técnica do Espetáculo “A Máqina Fermat”

Dramaturgia: Clodoaldo Calai
Atuação: Jonas Martins
Cenários/Figurinos: Marcos Baptista Schu
Músicas: Fernando Bresolin
Operação de som e luz: Sedenir  Romell
Desenho de luz e Direção Geral: Clodoaldo  Calai

Duração do Espetáculo: 55 minutos
Faixa etária recomendada: Acima de 12 anos
Gênero: Drama psicológico
Tema: Violência,  supressão da liberdade,  cartesianismo.

Curriculum resumindo da equipe Muiraquitã

Jonas Martins
Graduando em artes cênicas  Universidade do Estado de Santa Catarina  UDESC;
Ator e músico com mais de vinte anos de experiência tendo integrado os seguintes espetáculos Da Cia Muiraquitã: 
Filhos da Noite, A incrível Vida de Zardan, Era Uma Vez Um Pequeno Príncipe, Clausura, O Próximo,Nós Três.

Marcos Baptista Schuh
Mestre em História pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); Graduado em História; Especialista em arqueologia; Pesquisador e romancista; Artista plástico; Cenógrafo dos seguintes espetáculos: Adélia  Grupo de Teatro Expressão Universitária  GTEU;

Sedenir Rommel
Graduado em letras; Ator e professor de teatro; Integrou os seguintes espetáculos: O Amor é Uma Falácia  Grupo
de Teatro Expressão Universitária  GTEU; Sed Lex Dura Lex  Grupo de teatro Expressão universitária  GTEU;
As Comadres   Cia du Avesso; Sucesso  Cia de Arte e Espetáculos muiraquitã; Nós Três  Cia de Arte e Espetáculos Muiraquitã

Clodoaldo Calai
Mestre Em Teatro; Especialista em Metodologia do Ensino da Arte; Graduado em Letras; Diretor da Cia de Arte e Espetáculos Muiraquitã; Atuação em mais de 30 espetáculos teatrais.

FOTOS A MÁQUINA FERMAT




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